segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um GREGO responde a um alemão...

Data: 11 de Novembro de 2011 22:22


Assunto: Um GREGO responde a um alemão

Para:

Para ler até ao fim, esta resposta de um grego a uma carta enviada

para a revista Stern escrita por um alemão que se sente ofendido com o

"estilo de vida" grego.




“carta aberta” de um cidadão alemão, Walter Wuelleenweber, dirigida a

“caros gregos”, com um título e sub-título:



Depois da Alemanha ter tido de salvar os bancos, agora tem de salvar

também a Grécia


Os gregos, que primeiros fizeram alquimias com o euro, agora, em vez

de fazerem economias, fazem greves


Caros gregos,

Desde 1981 pertencemos à mesma família. Nós, os alemães, contribuímos

como ninguém mais para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de

euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba,

ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.



Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro povo e durante tanto tempo.



Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos. O caso é

que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.



No essencial, vocês nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro.

Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até

agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da U.E., são o

povo que mais gasta em bens de consumo.



Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa

através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a

responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a

responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a durante anos fugir

aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os

gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm

tido e têm.



Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e

dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.



Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram,

não vão mais adiante!!!











Na semana seguinte, o Stern publicou uma carta aberta de um grego,

dirigida a Wuelleenweber:





Caro Walter, Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não

“empregado público” como, depreciativamente, como insulto, se referem

a nós os meus compatriotas e os teus compatriotas.



O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que

por dia, como te querem fazer crer no teu País. Repara que ganho um

número que nem sequer é inferior em 1.000 euros ao teu, que é de

vários milhares.



Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos

concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os

principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas,

infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais),

telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço

de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos,

dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são

fabricados nas fábricas alemãs.



A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo

desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes

empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos

políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns

quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados

de costas para o ar.



Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência,

espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te

a que me expulses da Eurozona, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE,

da JUSTIÇA e do CORRECTO.





Estimado Walter,



Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou.

QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter

saldado as suas obrigações para com a Grécia.



Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a

Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações

estipuladas), e que consistem em:



1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que

ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;



2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que

ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.



3. Os empréstimos em obrigações que contraíu o III Reich em nome da

Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares

durante todo o período de ocupação.



4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações,

perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas,

pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o

determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de

dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.



5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960

gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil

mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na

Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., et.).



6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos

ideais humanísticos da cultura grega.



Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.



Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.



Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se

incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros

anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas

continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque

cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos

sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos

viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de

comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.



Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta

situação criará, que por ai os vai obrigar a baixar o seu nível de

vida, Perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as

suas excursões sexuais à Tailândia? Vocês (alemães, suecos,

holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que

saíamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.



Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União

que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos

se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens

industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.



E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já

que vocês também disso são devedores da Grécia:



EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!



Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados,

que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de

Roma e de Londres.



E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao

lado das obras dos meus antepassados.



Cordialmente,



Georgios Psomás





Nota minha:
É isto mesmo o que sinto…acrescento ainda que nos subsidiaram para plantar eucaliptos, acabar com a nossa agricultura e pesca e ao mesmo tempo que construirmos auto-estradas e abrirmos as portas aos supermercados de Espanha, Alemanha e França.
Para nós exportar é só cimento e celulose (o que eles não querem)




Uma vez ía no barco de Tróia para Setúbal, olhei com olhar de tristeza para as escarpas e cratera da Secil e comentei…uma pessoa ouviu, tinha uma aspecto nórdico, alemão até, e com um Português mal falado disse: “se querem ter auto-estradas, carros e televisões, têm de ter isto ” e esboçou um sorriso …



Como travar os incêndios em Portugal?

Fácil! Que o Governo faça uma lei em como as celuloses têm de pagar o mesmo por um tronco natural ou queimado. E acabam-se as avionetas e os incêndios postos!